Friday, March 31, 2006

Nós, a câmara e o desporto ou a Missão Impossível

Os complexos desportivos não são construídos para benefício da comunidade, mas sim para usufruto de alguns, associações, clubes de futebol, etc. Para o cidadão comum que se junta com uns amigos para dar uns chutos na bola nesses complexos é uma complicação dos diabos.
A Câmara Municipal de Faro tem um protocolo com as Escolas para utilização do espaço desportivo a partir das 18:30. Caso a Câmara não tenha requesitado o complexo a escola tem o direito de explorar o espaço alugando-o.
Dirigi-me à Escola Neves Junior onde foi-me dito que o campo sintético estava disponível às Sextas das 21:30 às 22:30 e o aluguer era de 50€/hora.
Telefonei para a malta e lá fomos requesitar o campo. 40€ pagos adiantadamente e os restantes 10€ seriam entregues a quem abrisse a porta do campo. Como diz o ditado "quem paga adiantado é mal servido" e como o povo nestas coisas é sábio, chegamos ao recinto às 21:00 e foi-nos dito que o campo estava ocupado até à meia-noite para um torneio organizado pelo Farense.
Em posse do recibo que nos foi passado pela escola fomos falar com o responsável pelo campo. A escola não tinha conhecimento do torneio. Porquê? Porque a Câmara de Faro esqueceu-se de avisar a escola. Argumentos para cá argumentos para lá a verdade é que ficamos sem jogar. Como forma de compensação foi-nos prometido a devolução dos 40€ e a utilização do campo durante 2 horas depois da escola saber as datas do torneio. Sim, porque o torneio já decorre há algum tempo, mas parece que o sr Vereador só quarta informará a escola de que o torneio existe.
Sabendo como as coisas são tenho quase a certeza que não nos devolverão o dinheiro, que teremos as tais 2 horas oferecidas + 1 hora já paga.
A conclusão que tiro disto: Foi este tipo de comunicação e organização entre a câmara de Faro e o SCFarense que fez com o clube já não exista ( não digam isto a ninguém porque é ofensa e ao contrário do que nos ensinaram, quem diz as verdades merece castigo);
os espaços públicos são vedados ou o seu acesso é muito difícil para o cidadão comum que se une pela amizade e não por associação;
um papel passado a computador e afixado à porta dum campo de futebol é letra de lei, mais do que um recibo assinado e carimbado pelo responsável da escola;
a internet não é um local recomendável e quem por lá/cá anda não deve ser levado a sério;
e o que a Câmara pensa não tem de ser comunicado porque ao que parece as escolas têm uma bola de cristal e assim poupam em papel e telefone, é o famoso Simplex.

PS: Parece que para a Câmara Municipal de Faro todos os cidadãos são iguais, mas há uns mais iguais do que outros. Só assim se explica que para o espectáculo do Joaquim Cortez tenham sido postos à venda 50 bilhetes. Os outros cerca de 850 parece terem ido para os cidadãos mais amigos. É o que eu chamo de eugenia camarária.

3 Comments:

Anonymous Anonymous said...

Apoiado

12:55 PM

 
Anonymous Anonymous said...

Muito bem!! Isto assim não desenvolve!

1:27 AM

 
Anonymous Anonymous said...

e isto é um reflexo de tudo o resto.

5:21 PM

 

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