Monday, August 08, 2005

TGV

Quem viaja para a Europa central apercebe-se de quão periférico é Portugal.Para quem reside na Bélgica, numa média de 3 horas e meia de comboio chega a uma dúzia de países. Para nós a "Europa" é algo longínquo, que para lá chegar é preciso atravessar um país grande, como é a Espanha.
Sou a favor do TGV na medida em que nos torna mais próximos dessa "Europa", mas não concordo com algumas ligações que foram acordadas entre os governos de Portugal (na altura Durão Barroso era o 1º ministro) e Espanha.
Acho que duas ligações eram suficientes para o traçado de alta velocidade em Portugal. Uma entre Lisboa e Madrid e outra que fizesse Lisboa-Porto com ligação directa a França pelo norte de Espanha. A ligação directa a França traria vantagens económicas a Portugal, na medida em que os nossos produtos teriam uma forma rápida e eficaz de chegar a mercados longíquos aumentando assim a nossa taxa de exportações. O traçado tal como hoje em dia está pensado não benefecia Portugal, porque não nos liga à "Europa", mas somente a Espanha, permitindo a esta continuar a inundar o nosso mercado com os seus produtos e estrangular o nosso acesso a outros mercados europeus.
Embora não surpreendido, acho piada a Marques Mendes criticar, "hoje", o projecto do TGV que foi acordado, "ontem", pelo governo do qual ele fazia parte como ministro dos assuntos parlamentares.

Nada de novo debaixo do Sol

Acabo de ler a crónica de João Pereira Coutinho no Expresso desta semana sobre a substituição da administração da CGD. Tal como ele também não percebo o porquê de tanta admiração e alarido pelo ocorrido. Eu, pelo menos costumo surpreender-me com coisas inéditas, que raramente acontecem, o que não é de todo o caso ... Não me surpreende a mudança de administrações nas empresas públicas, as nomeações políticas,as chorudas indemnizações das administrações demitidas, nem a hipocrisia com que a oposição de hoje nomeava ontem, ou como o governo de hoje criticava a nomeação de ontem !
Acho até que os jornalistas, cronistas e demais críticos devem, ou deveriam ter, uma espécie de texto pré-elaborado, uma minuta,para estas situações que já são tão recorrentes...deixo aqui uma dica para a elaboração de tais textos..."fill the blanks" como diziam as minhas fichas de inglês no secundário:

"O governo do Dr/Engº* ................................................., nomeou para a administração da PT/Correios/Galp/CGD* o Dr/Eng* ............................., conhecido militante do PS/PSD*, substituindo assim a que tinha sido nomeada pelo anterior executivo. O líder da oposição, Dr/Engº* .................................... teceu fortes críticas a esta mudança de cadeiras acusando o actual governo de instrumentalização das empresas do estado para fins político-partidários. (* - Riscar o que não interessa) "

Assim poupava-se tempo com coisas que acontecem sempre que o governo muda, e como tempo é dinheiro ainda se poupava algum .... diz-se que a crise está aí e que é para todos ( leia-se alguns)!

Tuesday, August 02, 2005

Às vezes é assim

When you try your best but you don't succeed
When you get what you want but not what you need
When you feel so tired but you can't sleep
Stuck in reverse
When the tears come streaming down your face
When you lose something (someone) you can't replace
When you love someone but it goes to waste
could it be worse?
Lights will guide you home
and ignite your bones
And I will try to fix (me)
High up above or down below
when you too in love to let it go
but if you never try you'll never know
Just what your worth
in Fix you, Coldplay

Gastos milionários na GALP

Este título é do Expresso de 16/7/05 ... na 1ª página do 1ª caderno vinha a seguinte notícia seguida da opinião do administrador do BPI que está no post anterior :
"UM QUADRO superior contratado pela Galp quando António Mexia assumiu a administração, em 2002, recebeu uma indemnização de 290 mil euros para sair da empresa, apenas dois anos depois de ter entrado. Este quadro acompanhava Mexia desde que este era responsável pela Gás de Portugal - e negociou o contrato com vários anos de antiguidade, que acabaram por lhe dar direito ao elevado montante. Poucos dias depois de Mexia sair da Galp para o Governo, o mesmo quadro foi admitido (com a indemnização no bolso) na Refer, uma empresa tutelada pelo seu ex-patrão."
Se não fosse grave dava para rir!