O Silva não se sabe comportar Comparta-se no hotel de 5 como na tasca da esquina O Silva empurra porque não sabe pedir licença O Silva é um histérico Os seus amigos acham-no um querido, um giro Os seus amigos são uns Silvas A mulher do Silva é uma Silva Ou vive na triste ilusão que pode mudar o Silva O Silva personifica a decadência que há na democratização O Silva pensa que libertinagem é sinónimo de liberdade O Silva não devia saír da cama Se a cultura é também para os Silvas eu quero ser sempre convidado
O ambiente exterior era propício ... céu cinzento, chuva e vento receberam o som melancólico de Sigur Ros, o grupo islandês que veio a Portugal apresentar o seu último album, "Takk", que significa Obrigado. Na abertura as também islandesas Amina trazem-nos sons bastante originais: copos, campaínhas, serrote ... a ouvi-las imagino um pai a contar ao seu filho histórias de embalar, daquelas que começam "Num reino muito, muito longe vivia uma princesa..." O Filipe diz que lhe apetece fumar...na minha cabeça nunca a expressão "fumando um pensativo cigarro" fez tanto sentido como quando a li na "Aparição" de Vergílio Ferreira. Finalmente os Sigur Ros...surgem como sombras por detrás de um pano... A sua música lembra-me que há luz para além da sombra... é um misto de melancolia,libertação e sensualidade... é um som introspectivo... Em "viðrar vel til loftárása" (obrigado Pedro) um nokia silencia o silêncio mais silencioso que já assisti em concertos... Porque gosto tanto? Porque as suas melodias são uma caminhada em busca de algo ... a melancolia do caminho, o crescendo da ansiedade por estarmos cada vez mais próximos e quando finalmente alcançamos o que tanto procuramos, a libertação! A minha música favorita, Popplagio, é essa caminhada ... e foi com ela que os Sigur Ros terminaram a noite, de forma apoteótica...
PS2: sim, ninguém consegue dormir depois deste concerto.. quer-se mais e mais...o Filipe foi para casa ouvi-los e beber gin tónico...eu preferia vinho tinto...infelizmente fui para Faro, mas não consegui dormir...
"Numa altura em que os portugueses são sobrecarregados com mais impostos e há aumento de desemprego, é importante que o Governo prove, no caso do TGV e da Ota, que se trata de investimentos rentáveis e que não se transformarão em novos elefantes brancos", afrimou ontem Marques Mendes.
Não foi Durão Barroso enquanto 1º ministro de Portugal, fazendo parte de tal governo Marques Mendes, que assinou com Espanha o traçado do TGV? Eu recomendo vivamente ao líder do PSD uma dose reforçada de Cerebrum, para reavivar a sua memória.
Hoje, dirigi-me ao Teatro Lethes no sentido de adquirir bilhetes para a peça Othello de William Shakespeare, pela ACTA. para o dia da estreia,26/11. Para meu espanto foi-me dito que para os primeiros dois dias os lugares estariam reservados a convidados! Num país em que a maioria das actividades culturais, e esta não é excepção, são subsidiadas pelo Estado, ou seja, pagas por todos nós, haver sessões restritas a convidados é no mínimo um escândalo! Ainda mais grave é saber que os destinatários desses convites são, maioritariamente, indivíduos com posses e que bem podiam pagar pelos seus bilhetinhos. Todos os dias vemos, ouvimos e lemos reclamar-se mais cultura, porque esta faz-nos pensar, abre-nos novos horizontes, torna-nos mais imaginativos e exigentes, logo deveria estar aberta a todos e não somente a alguns. A haver borlas deveria ser para os mais desfavorecidos e não para quem pode pagar!